QUANTO CUSTA CONTRATAR UM DESIGNER DE INTERIORES?
Atire
a primeira pedra quem não tem para si que um designer de interiores custa caro.
As pessoas vivem me perguntando: "mas, o seu trabalho custa caro,
não?" Minha resposta: depende do que você acha caro. Muitas vezes, a
sabedoria popular que diz que o barato sai caro é perfeitamente aplicável ao mundo
da decoração.
Conheço inúmeras pessoas que compraram um sofá "ma-ra-vi-lho-so",
cheio de estilo e coisa e tal. Quando chegou, não cabia no espaço disponível.
Ou a cor era berrante/apagada demais, ou simplesmente não tinha nada a ver nem
com a sala nem com quem ia usar o sofá. Nesse caso, um profissional que entenda
do riscado acaba saindo bem mais barato, porque evita dores de cabeça e o
resultado é sempre mais bem adequado às necessidades e aos anseios dos donos da
residência.
A
mesma coisa se aplica a cores. Tem gente que tem pavor de arriscar uma cor mais
forte, diferente por achar que vai ficar "brega", escurecer o
ambiente ou coisas assim. Ergonomia também é um item para lá de importante e
que normalmente as pessoas a relegam ou nem lembram que é preciso deixar um
espaço determinado para uma boa fluidez do andar, sentar etc. Idem para
iluminação (natural e artificial) e harmonização de ambientes.
É bom que se esclareça: um
bom designer é aquele que sabe adaptar-se ao morador: entrevista-o, estuda seus
hábitos, necessidades e anseios; ajusta-se a seu orçamento, mas tem o próprio
estilo.
"Costumo dizer ao cliente:
a casa é sua, não minha", afirma o designer João Armentano. "Mas
ninguém vai a um decorador para impor suas vontades. Há um diálogo. Quem
contrataria uma vaca de presépio?"
QUANTO
MAIOR, MENOR O CUSTO
- O investimento depende da área a decorar. No Estado de São Paulo, o metro
quadrado, em um apartamento pequeno (de 100 m2), não sai por menos
de 65 reais. Um profissional reputado pode chegar a cobrar 500 reais por metro
– mas esse preço cai à medida que aumenta a área da residência. O valor também
varia de acordo com o tipo de serviço oferecido – que pode ir de uma simples redistribuição
dos móveis na casa até um projeto completo, da iluminação à escolha dos móveis
e revestimentos.
Em
Jundiaí, os preços variam, Há quem cobre 10 reais o metro quadrado, caso o
trabalho a ser feito seja muito simples. Na média, eu diria que hoje está entre
50 reais e 80 reais o metro quadrado. Há profissionais, porém, que cobram por
projeto e não por metro quadrado. Na verdade, tudo depende do projeto, de sua
complexidade, de seu tamanho. Se você quiser que o designer faça as compras e/ou
gerencie a obra, o custo será um pouco maior. Se o profissional não for da
cidade onde você mora, também há que se computar os custos de deslocamento.
O
QUE DIZ A ABD -
Segundo a Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), órgão que
regulamenta a profissão, esses profissionais são remunerados, basicamente, pela
elaboração do projeto e pela administração da obra.
Para
calcular os valores da remuneração para a criação do projeto, que envolve
estudo preliminar, anteprojeto e projeto executivo, toma-se como base o tamanho
da obra em metros quadrados, o tipo de projeto (residencial, comercial e seus
segmentos) e a quantidade de desenhos, estabelecendo-se um valor em reais pela
metragem correspondente.
Já
a Taxa de Administração de obra é calculada aplicando-se um percentual que
varia de10% a 15%, aplicados sobre o valor de todos os produtos e serviços
gastos para a sua realização.
Outras
modalidades de remuneração são: a consulta cobrada por hora técnica e a visita
à obra, também calculada por hora.
RESERVA
TÉCNICA - Alguns
designers de interiores adotam como prática o recebimento de fornecedores uma
remuneração denominada Reserva Técnica (RT) pela especificação de seus produtos
e serviços. Essa prática é aprovada pela ABD, mas deve acontecer sob rígidas
condições éticas e não implicar em qualquer prejuízo de ordem técnica ou
econômica para o cliente.
DICAS DE DECORADORES
João Armentano, designer - O
preço de um decorador depende do tamanho da “obra”. “Pasme: uma obra menor
muitas vezes fica tão ou mais cara do que uma maior, pois o valor por metro
quadrado vai diminuindo”, afirma. Exemplo: uma obra entre 80 e 100 metros
quadrados deve custar aproximadamente 500 reais o metro quadrado, totalizando
até 50 mil reais. Já em uma maior, de 600 metros quadrados, multiplica-se o
preço por um valor menor por metro quadrado, algo entre 200 e 300 reais.
O
decorador, além de orientar com uma boa solução arquitetônica, apresenta todos
os materiais existentes no mercado (todos, do ideal ao não aconselhável), seus
custos e benefícios. “Recomenda e, o mais grave, muitas vezes até assume a
responsabilidade pelo produto.”
Para
escolher um decorador, o melhor é recorrer a revistas especializadas, mostras
(como a Casa Cor) ou a uma indicação. “Ao se identificar com a casa de um amigo
ou famliar, pergunte quem a fez e como foi o processo. Essa é a melhor forma.”
Rosa May Sampaio, designer - O
quanto se gasta depende muito do que será feito, se haverá obra, se vai só
decorar ou não. “Só para decorar, depende do material. Deve sair R$ 1 000 do
projeto, mais o material.” Segundo ela, estão sendo muito usados fibras
naturais, algodão, linhos, cores mais claras misturadas com outras, mais
fortes.
O
decorador conversa com o cliente, vê a disponibilidade, quanto ele pode (e
quer) gastar, que tipo de vida leva (se fica mais sozinho, se gosta de receber
pessoas em casa). “Quando recebe, é preciso dar mais atenção à sala. Quem quer
ficar mais em casa, coloca TV. O certo é o decorador seguir o que você quer,
dando dicas sobre o que há de novo no mercado”, afirma.
Para
escolher um estilo, o ideal é observar trabalhos em revistas, em sites, fazer
uma análise de seu próprio estilo. “É importante o contato pessoal com o
decorador, para ver se é uma pessoa que não vai fazer imposições de tudo.”
Segundo ela, os valores variam muito porque é possível chegar a soluções
charmosas mais baratas, mas também usar fartamente tecidos importados.
Antonio Carlos Gouveia Jr., editor do Decor Year Book - Os
honorários de um decorador não têm custo definido. Depende de dados como:
1)
projeto com custo por metro quadrado;
2)
percentual definido entre as partes sobre os gastos gerais da obra e projeto
executado; 3) negociação geral entre as partes.
Dica:
negocie tudo antes e faça um contrato (é bom para as duas partes).
Em
geral o designer de interiores faz o projeto, escolhe, garimpa, compra,
acompanha o cliente em todas as lojas e fábricas, até decisões como toalhas de
banho, roupas de cama e mesa, copos, pratos, cores de paredes aos tipos de
objetos que devem estar em sua mesa como decoração.
TABELA DE HONORÁRIOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE DESIGNERS DE INTERIORES
Como
Utilizar a Tabela: A remuneração do Profissional Arquiteto de Interiores e
Decorador pode ser estabelecida a partir de quatro diferente condições,
utilizadas de forma individual ou combinada.
1.
Remuneração por projeto;
2.
Consulta
3. Hora
Técnica
4.
Administração da Obra.
A ABD
definiu como conceito para esta Tabela uma faixa mínima de honorários. Isso
representa que o mercado permitirá a prática de honorários acima da Tabela ABD,
considerando-se a posição de cada Profissional prestador do serviço.
Com a
Tabela de Honorários, a ABD espera oferecer a Profissionais e Consumidores um
parâmetro para negociação de preços. Essa Tabela será revista
periodicamente.
Em caso
de dúvida, consulte a ABD – Associação Brasileira de Designers de Interiores (www.abd.org.br).
HONORÁRIOS POR PROJETO (COMPLETO) -
VALOR
MÉDIO (R$) COBRADO POR M2
ESTADOS
|
DE 10 a 59m
|
De 60 a 99m
|
De 100 a 300m
|
De 301 a 500m
|
De 501 a 700m
|
De 701 a 999m
|
Acima de 1000m
|
SP
|
76
|
71
|
65
|
61
|
59
|
55
|
52
|
RJ
|
86
|
80
|
75
|
72
|
70
|
70
|
66
|
ES, MG
|
68
|
59
|
49
|
42
|
37
|
35
|
32
|
AL, AM, BA, CE, PB, PE, PI, RN, RO,
SE, PA, TO, AP, AC, MA, RR
|
70
|
68
|
59
|
51
|
45
|
41
|
37
|
DF, GO, MT, MS
|
62
|
60
|
56
|
52
|
51
|
49
|
49
|
PR, RS, SC
|
76
|
74
|
69
|
62
|
60
|
59
|
56
|
PROJETO
ESTUDO
PRELIMINAR
|
ANTEPROJETO
|
PRÉ-EXECUTIVO
|
EXECUTIVO
|
|
FASE
|
Fase de concepção do Projeto
|
Fase de concretização das ideias
|
Fase de justaposição
|
Fase de detalhamento
|
O
QUE ENGLOBA
|
Representação gráfica do conjunto das necessidades do
cliente e do espaço
Croquis e esboços da concepção
Proposta de prestação de serviço
|
Definição do partido e ajustes
|
Coordenação de projetos
complementares e definições técnicas (projetos de hidráulica, elétrica,
iluminação, acústica etc., com profissionais especializados).
|
Definições dos detalhes construtivos;
Acabamentos, revestimentos, mobiliário, objetos etc.
|
DOCUMENTAÇÃO
|
Estimativa de custos (orçamento estimado);
Estimativa de prazos do projeto (cronograma estimado do
projeto).
|
Documentação gráfica em escala e tecnologias
construtivas;
Aprovação/aceite do cliente.
|
Documentação gráfica com definições finais.
|
Conclusão do projeto com documentação gráfica para o
início da obra;
Orçamentos finais e Memoriais Descritivos.
|
100%
|
ALTERNATIVAS
DE REMUNERAÇÃO
Consulta: Quando
o cliente solicita uma orientação profissional.
|
De R$ 125,00 a R$ 250,00 – correspondente a uma
consulta de até 3 horas.
|
Hora
técnica: Para serviços específicos e não contemplados no
Projeto.
|
De R$ 94,00 a R$ 125,00/hora.
|
Acompanhamento
de obra: Honorários calculados a partir de um porcentual sobre
o custo total da obra.
|
De 10% a 15% do custo estimado, com negociação em
função da complexidade da obra.
|