CINCO DÚVIDAS SOBRE ESCADAS
Tenha ou não um
desenho exclusivo, esse elemento construtivo deve garantir segurança e conforto
às pessoas
Ontem, publiquei neste blog uma matéria sobre escadas. Seus diferentes formatos,
materiais etc. Mas, é muito importante saber que, no bom design,
forma e função devem sempre andar de mãos dadas . Isso quer
dizer que não importa o desenho que tenha, é imprescindível que ofereça
segurança e ergonomia. Se o design for lindo, ainda melhor.
Em
pesquisa sobre o tema na internet, achei uma boa matéria que reproduzo aqui –
com algumas intervenções minhas. Foi publicada em www.casa.com
e está no prático esquema pergunta-resposta.
Para
conciliar conforto e beleza, a escada deve estar em harmonia com o estilo
arquitetônico da moradia. Uma localização bem estudada impede, por exemplo, que
a parede seja riscada após o transporte de um móvel de um andar para outro.
Evita, ainda, o surgimento de cantos sem uso e problemas de circulação no
ambiente. Além disso, ao saber o espaço que ela vai ocupar, é possível calcular
a quantidade de degraus, além da largura e altura deles, medidas essenciais em
ergonomia. Ergonomia é chave num bom projeto. Você não elimina, mas diminui bastante
aqueles pequenos e irritantes acidentes de bater a ponta do pé na quina do
degrau ou escorregar porque as pisadas são pequenas, irregulares ou, pior,
tortas e/ou inclinadas.
- Largura mínima do degrau: 60 cm. Quanto mais
largo o degrau, maior a sensação de segurança.
- Altura entre os degraus (espelho): entre
15,5cm e 19 cm.
- Inclinação: entre 30 e 35 graus em relação ao piso. Mais
inclinada que isso, ela ocupa menos espaço, mas se torna um empecilho para idosos
e crianças.
- Distância mínima entre degraus e cobertura: 2 metros. Para verificar se as medidas estão
proporcionais e, portanto, a escada oferece passos confortáveis, respire fundo
e aplique a seguinte fórmula:
Multiplique
a altura do espelho por dois. A esse resultado, some a profundidade. O valor
total tem de se aproximar de 64 cm. Entendeu?
Lembre-se ainda de que as quinas não podem
ser muito arredondadas, para não prejudicar a firmeza do passo, nem muito
vivas, ou causarão ferimentos em caso de acidente. E, se houver crianças ou
idosos na casa, por exemplo, o piso deve ser de material antiderrapante ou
receber acabamentos com essa característica, como as lixas ou os sulcos
colocados nas beiradas dos degraus.
"Há regras específicas de acordo com a
utilização da escada. As de uso público devem ter obrigatoriamente
corrimão", diz o arquiteto César Bergström, professor da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Nas casas, esse
elemento pode ser dispensado ou não - é uma escolha do arquiteto e do morador.
Se ambos optarem por ele, sua altura segura é de 90 cm.
- Reta: boa para ambientes
de no máximo 3,25 m de altura, ou fica cansativa demais. Se a distância for
maior, divida a escada em dois ou mais lances, com patamares.
- L e U: seus patamares
servem de pontos de observação. É necessário ter essa parada toda vez que a
estrutura mudar de direção. Embaixo destas escadas, cria-se um espaço livre,
perfeito para lavabos ou despensas.
- Caracol: é o que ocupa menos
espaço, mas a mais desconfortável do ponto de vista ergonômico e de
acessibilidade. Se o projeto não comportar outro tipo de escada, observe que o
diâmetro mínimo de 1,50 metro garante que os degraus não fiquem estreitos
demais junto do eixo.
Após escolher o modelo, procure um fornecedor
conhecido no mercado: aceitar uma indicação de amigos ou de antigos clientes da
empresa é uma boa ideia. No showroom, faça um teste. Isso mesmo: suba e desça
algumas vezes os degraus para sentir, literalmente, se eles são firmes .
Concreto: precisa estar bem
liso. "Nas áreas externas, se ele estiver poroso, ficará mais frágil à
umidade e às chuvas", conta o técnico em edificações e fabricante Rogério
Chuba, de São Paulo.
Madeira: esse tipo de
estrutura pede cortes mais retos e encaixes perfeitos. "É preciso
habilidade para fortalecer os encaixes sem que a peça fique excessivamente
robusta", diz Alfredo Modica, da NGK Madeiras. As espécies mais indicadas
para essas estruturas são o jatobá e o ipê (e todas as outras que são duras,
resistentes e, em geral, mais escuras).
Metal: o aço carbono é a
matéria-prima mais usada no modelo caracol. O segredo está em observar o
nivelamento da escada. Basta verificar se as hastes do corrimão estão paralelas
ao eixo da escada. Observe, ainda, se as soldas são uniformes e se os parafusos
estão escondidos.
Segundo
os arquitetos Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz, sócios do escritório
Forte Gimenes Marcondes Ferraz, de São Paulo, e scadas
são elementos construídos com a finalidade de ligar locais com diferenças de
níveis. Certamente estão entre os elementos mais antigos das construções e
diariamente temos de lidar com elas. As escadas podem ser feitas de vários
materiais diferentes e apresentar inúmeros formatos. Podem ser compostas de
alguns poucos degraus ou ligar diversos andares de um prédio, por exemplo.
Para começar a entender como funcionam as escadas, vamos primeiro nomear
as suas partes.
As escadas são compostas por degraus. Cada degrau é composto pelo piso
(ou passo, ou, ainda, pisada), a parte plana onde pisamos, e pelo espelho, a
parte vertical. As ditas escadas vazadas são destituídas desse elemento
vertical entre um piso e outro e, dessa forma, é possível ver através delas.
Ainda assim, a distância entre cada degrau é chamada de espelho.
A importância de se entender o que é piso e o que é espelho está no fato
de que as escadas devem ser calculadas na fase do projeto de qualquer
construção e, para isso, devemos dividir a diferença de nível entre os andares
que a escada ligará pela altura do espelho. O resultado da conta é o número de
degraus que a escada terá.
Os códigos de obra das cidades versam sobre o assunto, mas podemos
destacar algumas medidas básicas para construir uma escada confortável.
Largura – a não ser em casos muito específicos, uma escada com menos de 80 cm
pode ser muito estreita e de difícil circulação. Principalmente se ela estiver
entre duas paredes altas. A partir de 90 cm as escadas se tornam confortáveis.
A partir de 1,20m de largura duas pessoas podem usar a escada juntas.
Patamares – os patamares são os momentos em que o ritmo dos degraus é interrompido.
Isso geralmente acontece quando há uma mudança de direção, como nas escadas em
“L”, ou em forma de “U”. Nestes casos, recomenda-se que o patamar tenha pelo
menos a mesma largura da escada para não prejudicar a passada. Os patamares
podem surgir ainda como forma de descanso em escadas muito longas. Nesse caso,
o cálculo deve prever a medida de um número inteiro de passos no patamar para
que a escada seja, de fato, confortável. Em determinados locais proíbe-se a
construção de escadas com mais de 17 degraus sem um patamar intermediário.
Altura do espelho: uma altura confortável para o espelho é de cerca
de 10% da altura das pessoas, ou seja, entre 16,5 cm e 18 cm em média.
Comprimento do piso: Não deve ser inferior a 25 cm para que os nossos
pés caibam confortavelmente e o ideal é que fique entre 27 cm e 30 cm. Existe uma fórmula bastante útil para calcularmos as escadas:
Como exemplo, temos
uma escada ideal com espelho de 18 cm e pisada de 28 cm. Assim: 2 x 18 + 28 =
64.
Podemos, então, notar que quanto menor for o espelho, maior deverá ser o
piso e vice-versa. A questão é que esta fórmula está ligada ao tamanho médio de
um passo das pessoas. Admitem-se variações dessas medidas, mesmo porque as
pessoas não têm o mesmo tamanho, mas quanto mais distante dessa fórmula ideal,
maior é a probabilidade das pessoas muito altas ou muito baixas se sentirem
desconfortáveis.
Todos os degraus de uma escada devem estar equidistantes uns dos outros,
ou seja, os espelhos devem ter sempre a mesma altura sob pena de se tropeçar ao
subir ou ao descer. Nosso cérebro se acostuma com a altura dos primeiros
degraus e se programa para os próximos. É por isso que conseguimos subir ou
descer uma escada no escuro sem tropeçarmos.