ESTANDE DA VITRA NA FEIRA DE MILÃO
Fundada em 1950 na Alemanha e depois transferida para a Suíça, a Vitra é uma das maiores autoridades na área de design e movelaria
Escolhido pelos curadores do Arkpad como o mais bonito da Feira de Milão, o estande da Vitra contou com muita luz, transparência e pureza visual. Entre as paredes de blocos translúcidos, o espaço de exposição apresenta plataformas de madeira, elevadas e iluminadas por baixo, que parecem levitar.
Com piso todo branco e predominância de cores claras, o espaço cumpre sua principal função: evidenciar os produtos expostos. A solução apresenta diversas ambientações, inserindo o mobiliário em contextos humanizados, inclusive com estruturas que diminuem o pé-direito e aproximam os espaços de uma situação real.
As “paredes” que delimitam o estande, feitas com caixas de plástico, exibem ao mesmo tempo transparência, leveza e rigor geométrico. As diversas superfícies e divisórias, umas apoiadas e outras suspensas, na maioria dos casos tem sua estrutura oculta e nem chegam a se tocar, o que amplia ainda mais a leveza visual do conjunto.
Fundada em 1950 na Alemanha e depois transferida para a Suíça, a Vitra é uma das maiores autoridades na área de design e movelaria. O grande trunfo da companhia foi ter investido desde o início em licenças sobre a obra de grandes designers, como Charles e Ray Eames, George Nelson e Verner Panton. Seguindo a mesma filosofia, as novas peças são criações de alguns dos melhores designers da atualidade:
Antonio Citterio criou a poltrona giratória Repos, com braços e encosto altos e generoso estofamento, um convite para relaxar! O elemento mais expressivo dessa peça é o prolongamento do encosto de cabeça, para o lado e para frente, que envolve e acolhe o usuário. O produto tem um mecanismo oculto e sincronizado com o movimento, que detém a posição estabelecida pelo usuário, oferecendo conforto e estabilidade.
Os irmãos Bouroullec assinam o desgin de Corniches, pequenas prateleiras assimétricas, que visam suprir a necessidade por espaços pequenos e espontâneos. “Da mesma forma que nós penduramos a nossa toalha de praia em uma rocha saliente de um penhasco antes de mergulhar no mar, precisamos de espaços de armazenamento pequenos na vida cotidiana também”, explica Ronan Bouroullec.
A poltrona Fauteuil de Salon foi desenhada por Jean Prouvé em 1939, e redescoberta nos arquivos do engenheiro francês. A reedição faz parte da parceria “crossover” entre a Vitra e a marca fashion G-Star. As equipes criativas colaboraram com a família do designer por 2 anos para produzir uma reedição de 17 peças.
Hella Jongerius revestiu seu icônico sofá Polder com tecidos novos da Maharam em edição especial de 100 peças. Inspirado pela técnica de “patchwork“, o trabalho mistura diferentes tecidos, padrões e texturas. A designer e a fabricante de tecidos já tem uma parceria consolidada: Jongerious desenhou uma das coleções de tecidos utilizadas, e também a capa da Agenda Maharam (uma monografia sobre os 110 anos da empresa).
Konstantin Grcic inspirou-se em equipamentos de esportes radicais para criar a cadeira Weaver. O design ousado e inovador explora uma estética futurista, focada no desempenho: a peça é leve, confortável e multi-uso (indoor e outdoor). O assento fica em balanço, pois é conectado à estrutura metálica por um elástico, o que proporciona um nível de conforto além do habitual.
O curta-metragem “Remind Me”, dirigido por Florian Böhm, mostra os produtos da Vitra inseridos em cenas fictícias da vida cotidiana. Há neste vídeo uma reflexão verdadeira: por mais incríveis que sejam os móveis, eles não são protagonistas, e sim cenário. Mas justamente por fazer parte da casa, eles participam de acontecimentos íntimos e importantes da vida pessoal, fazendo com que exista um vínculo afetivo, que mantém essas peças na memória.
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