UMA CASA ABERTA PARA O VERDE
Este projeto de design, assinado por mim, foi desenvolvido ao longo dos últimos meses, em uma residência em Jundiaí, São Paulo. As muitas aberturas de vidro tornam boa parte da casa transparente. O que se vê através delas? Jardins, muitos jardins.
Neste blog, vou mostrar a evolução de alguns dos ambientes. Os problemas e as soluções encontradas para cada um deles. Por ser um projeto extenso, vou dividi-lo em oito etapas, sempre no esquema antes e depois: cozinha/sala de jantar, hall de entrada/lavabo, escada, escritório, quarto de hóspedes, quarto do casal, banho do casal e jardins/lazer.
Parte 1 - Cozinha e Sala de Jantar integradas
ANTES
PROBLEMA: As paredes brancas e praticamente nuas da sala de jantar refletiam demais a luz natural, vinda de duas grandes aberturas nas laterais. Chegava a ofuscar os olhos. A mesa de jantar quadrada era muito pequena para o ambiente, além de não favorecer a circulação. O bufê também era pequeno demais para o tamanho da parede e não dava para guardar a louçaria mais fina. Enfim, o ambiente era sem graça e frio.
A
cozinha também era sem graça, sem cor e sem aconchego. Piso e azulejos
brancos a tornavam fria e impessoal. Banquetas antigas, estilo
medieval (couro com tachas) não combinavam com o ambiente, mais puxado para o
moderno, além de muito baixas para a altura do balcão. Ou seja, ergonomia zero.
DEPOIS
Revesti a parede do fundo com faixas de peroba de demolição e intercalei dois espelhos instalados mais alto propositadamente - não queria que os comensais se vissem neles (princípios da milenar sabedoria do Feng Shui). Para dar equilíbrio nas proporções, dois abajures altos (Breton) completam a iluminação aconchegante, feita com spots direcionáveis para mini-dicróicas e AR 70, estas direcionadas para os quadros e nas lateriais da parede, e um pendente no meio da mesa. A parede lateral esquerda foi pintada de um tom puxado para o cereja (Suvinil Toque de Seda base branca misturada com R105+30RC+16MM), o que completou o aconchego do ambiente.
Uma peça do mestre das madeiras Pedro Petry faz bonito como centro de mesa.
A mesa serve 6 pessoas com folga e dá para colocar mais duas cadeiras. Quatro delas foram revestidas de shantung de seda off-white estampada com margaridas pretas. Outras duas cadeiras são de veludo preto. O pendente no centro da mesa é da Cetti.
Observe que a parede no tom cereja não pesou no ambiente. Ao contrário, trouxe vida e faz em belo contraponto com os quadros coloridos - uma gravura do mestre italiano radicado em Jundiaí Inos Corradin, que ganhou nova moldura, e um poster emoldurado de Kandinsky, na outra parede.
O bufê oferece praticidade e organização aos cristais dos proprietários desta residência, que detestam bagunça - principalmente a dona.
Talheres não usados no dia a dia ficam em gaveta separada. Destaque para o revestimento igual ao das cadeiras.
Dois cachepôs de espelho harmonizam com o espelho colado na parede de peroba de demolição.
Uma super taça de cristal cor de sangue faz as vezes de cachepô para mini-orquídeas. O arranjo ao lado é um castiçal estilizado bolado por mim. Ao fundo, donzela e uma gravura da Casa Batló, do mestre catalão Gaudí, trazida de Barcelona.
Fruteira de estanho assinada por Carlos Alcantarino e poster reproduzindo uma das obras de Kandinsky, trazido de uma viagem à Inglaterra.
Relógio gigante que lembra um pouco os que existiam em estações de trem. O charme fica por conta das inscrições em francês e dos números envelhecidos, assim como sua moldura. Não dá para ignorar o tamanho da peça.
Adesivos comprados na Tok&Stok dão graça à parede e tira o excesso de branco dos azulejos lisos.
Para quebrar o branco dos azulejos (veja fotos do "antes"), entrou em cena novamente a peroba de demolição. Desta vez, emoldurando o enorme armário (Celmar) de vidros pretos, que guarda louças e vidraria.
O ferro retorcido e a madeira de demolição dão um toque ligeiramente caipira a essas prateleiras. A intenção era essa mesma. Vide os pinguins (Tok&Stok) e dos pequenos cachepôs de bolinhas (Silveira Cerâmica).
Embaixo do balcão da cozinha e ao lado do armário, prateleiras abrigam livros, um bowl vermelho (Silveira Cerâmica) e uma panela de barro que o proprietário comprou no Espírito Santo.
Outro toque caipira, este da dona da casa: bule vermelho de ágata comprado na feira, com colheres de pau idem.
Xodó da proprietária da casa, o biquinho de crochê do bule foi feito pela avó materna, quando ainda viva.
3 comentários:
OI, Claúdia!
Parabéns pelo blog as imagens são muito bonitas!
Bjos, Rossana.
A-D-O-R-E-I!!!!!!!!!!!!
Acho que preciso de você na minha casa. Urgente!!!!!!!!!!!!!
Anna Lucia França
Nossa que mudança incrível! Super lindo, agradável, acolhedor, cheio de vida!!!
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