CASA COR CAMPINAS 2012
Ambientes decorados em prédio Art Déco
Miúda, breve, mas com muito bom gosto espalhado por seus 2,7 mil metros quadrados de área útil e 36 ambientes, a Casa Cor Campinas deste ano adotou como tema o mundo da moda, do estilo e da tecnologia. Encerrada dia 2 de dezembro, na antiga sede na Cúria Metropolitana de Campinas, a mostra fez uma homenagem à modelo Gisele Bündchen.
A intenção foi representar um condomínio, com o térreo voltado à convivência, um andar intermediário com lofts e escritórios, e o último pavimento pensado como um apartamento.
Foram mais de 45 profissionais e projetos que privilegiaram os contrastes de estilos, exploraram a riqueza dos materiais naturais e apostaram na alta tecnologia.
Quem viu a antiga Cúria antes do início da mostra, como eu, deve ter pensado ser impossível transformar todo aquele lixo de construção, o caos que antecede o fim das obras, em locais agradáveis de estar e ficar.
Pois foi isso o que aconteceu. Designers e arquitetos trabalharam duro para mostrar que, seja onde for, dá para fazer pequenos milagres. Eu mesma ,que tenho o design de interiores como o meu ganha-pão, me surpreendo constantemente com o trabalho desses profissionais, com o "nosso" trabalho.
Pois foi isso o que aconteceu. Designers e arquitetos trabalharam duro para mostrar que, seja onde for, dá para fazer pequenos milagres. Eu mesma ,que tenho o design de interiores como o meu ganha-pão, me surpreendo constantemente com o trabalho desses profissionais, com o "nosso" trabalho.
Aqui, mostro alguns dos ambientes apresentados. O que apareceu muito? Madeira, cor e estampas, tudo junto, balanceados com cores neutras (o cinza, em várias tonalidades, está com tudo nesta estação - não, não, por favor nada a ver com o livro best-seller "50 Tons de Cinza", que, na minha opinião, é muito ruim).
Vamos ver os ambientes:
Vamos ver os ambientes:
Entrada
Monumental da Casa Cor e Alameda de Saída. Maria Amélia Pereira Botacini
recepciona os visitantes com um projeto que valoriza os traços art déco do
prédio. Para ambientar a área externa de 300 m², a arquiteta utilizou
iluminação pontual, elementos assimétricos e materiais como argila, fibra de
coco e porcelana.
O ambiente que mais me chamou a atenção foi a Suíte Master. Com projeto de Maycon Flamarion, Ana Paula Barros e Thiago Soares, foge do
convencional já no principal elemento da suíte: a cama tem a base formada pelo
emaranhado de grandes fios emborrachados. A parede em tijolos desgastados
dialoga com a poltrona de espaldar alto em capitonê e com outras releituras do
clássico, mixando um pouco do estilo shabby chic. Outro contraste interessante
está entre os materiais sofisticados e as peças garimpadas em caçambas e
ferros-velhos. A atmosfera de sonho é complementada pela revoada de pássaros e
a iluminação que vem das “nuvens”, feita pelo competentíssimo ligthing designer Thiago Soares (em destaque na foto).
Átrio e
Bilheteria. O design futurista se une a referências Arte Pop neste projeto de
Rafaela de Almeida, Marcelo Hobeika, Ana Luísa Pereira Lima e Maurício
Nakamoto. O ambiente expressa de que forma a tecnologia favorece a arquitetura,
em lançamentos recentes em iluminação, móveis e revestimentos, como o papel de
parede 3D.
Foyer e
Banheiros Públicos. Através das cores neutras e de materiais com texturas,
Carol Hidalgo e Marília Hidalgo transmitem elegância e aconchego. Poltronas garantem
o conforto de quem passa por ali e admira as obras de arte. Os banheiros
receberam um sistema automático que gera economia de água e sensores para
reduzir o desperdício.
Mundo
Infantil. Elementos gráficos e pinceladas de cor fazem do projeto de Luís
Henrique Salvador um espaço interessante para as crianças. Os 35m² foram bem
resolvidos graças a uma divisão inteligente, com cantinho para desenhar, jogar
e outras brincadeiras. Todos os materiais utilizados são apropriados para o uso
infantil e as formas priorizam a segurança. A iluminação é destaque, partindo
do recorte no teto e de pontos estratégicos.
Ateliê do
Arquiteto. Jacqueline Fumagalli traduz a criatividade dos arquitetos em um
espaço de cores vibrantes e materiais alternativos, além de móveis assinados
por grandes nomes, como Mies Van Der Rohe. O design é mesclado à
sustentabilidade, presente em ideias como a lareira ecológica e o teto com
caixas de papelão encapadas com jornal.
Loft da
Modelo. A supermodelo deseja sofisticação, mas também muito conforto. Com essa
premissa, Elaine Carvalho desenhou este loft de 61m², que enfatiza a alta
tecnologia em recursos de luz, som e imagem. A TV, por exemplo, está escondida
atrás de um móvel e aparece por controle remoto. As combinações são outro
trunfo do projeto: a mistura de cinza, caramelo e amadeirado, além do mix de
peças contemporâneas e vintage, garante personalidade.
Recepção
e Ateliê do Estilista. Bete Marini, Emerson Freitas e Camila Peixoto de Almeida
nos conduzem pelas maisons de moda da Paris do século 19 neste projeto, que ao
mesmo tempo é inspirado na paleta de cores da próxima estação. O ambiente é
repleto de referências em imagens, estampas e texturas, somados a uma
iluminação tecnológica e peças de design. Destaque para o espelho, que em seu
reflexo desconstrói a imagem icônica da Torre Eiffel.
Loft do
Estilista. Bia Sartori apostou no mobiliário italiano, que sugere a
personalidade glamourosa da estilista. As cores da ambientação são adocicadas e
criam pontos de destaque, como a poltrona laranja, as almofadas cereja e a ilha
com portas turquesa, que divide sala e cozinha. Materiais metalizados remetem à
modernidade, jogando com o piso antiguinho. Mas não se engane: por trás do
projeto despojado há a alta tecnologia, no acionamento automático de armários,
áudio, vídeo e iluminação.
Home
Office e Biblioteca da Arquiteta. A proposta de Celina Zapellini é diferente:
trazer a família ao espaço corporativo. Para isso, investiu em atrativos
tecnológicos, como a lousa interativa e a mirror screen (televisão que some do
ambiente quando está desligada). Persianas, som e iluminação também são
automatizados. Tudo isso para dar mais praticidade ao dia a dia e criar vários
cenários ao espaço. O mobiliário em madeira aquece, complementado por objetos e
fotografias.
Loft do
Estudante. Tudo o que um estudante precisa é de conforto para ler e uma boa
iluminação. Mas David Bastos foi além e trouxe estilo para o ambiente de 30m²,
inspirado nos antigos armazéns e sótãos de Nova Iorque, revitalizados para
servir de moradia nos anos 70. O sofá (que também serve de cama) mistura
listras descontraídas e o piso de madeira de reflorestamento deixa o loft mais
acolhedor. Combinado ao aproveitamento da luz natural, afirma o conceito
sustentável da proposta.
Studio da
Editora de Moda. Branco, dourado e azul foram algumas cores marcantes do ano
utilizadas por Beto Tozi neste studio. E não poderia ser diferente, já que ele
é pensado para uma profissional antenada no mundo da moda. O espaço privilegia
linhas delicadas, simetria, iluminação na medida - com aproveitamento da luz
natural - e itens de personalidade, como o tapete vermelho e o móvel azul que
abriga livros e objetos. Um galão com a marca Chanel é utilizado como mesa
lateral.
Ante Sala
e Lavabo. Andréa Aguiar aposta em tonalidades aconchegantes, iluminação
indireta atrás do espelho e linhas retas para definir um layout elegante. O
papel de parede traz uma gradação sutil de cores terrosas. Pouco aparentes, mas
não menos importantes, são os elementos sustentáveis do ambiente: as torneiras
eletrônicas evitam o desperdício de água e os rodapés são de isopor reciclado.
Living.
Mariana Trinca Junqueira desenhou todo o mobiliário utilizado no projeto,
aproveitando os 40,91m² para incluir algumas comodidades, como o espaço para
degustar vinhos. A inspiração é clássica, mas os materiais utilizados (madeira,
mármore, espelhos, poliuretano e tecidos ingleses) e a luminotécnica atualizam
o ambiente ao estilo contemporâneo.
Sala de
TV. Monocromático e sem excessos, o projeto de Carol Ludolf, Mário Scarabusci e
Ney Laignier deixa sobressair o bom design das peças, a exemplo do móvel de TV
planejado para abrigar eletrônicos, DVDs e livros. Carpete e tecidos naturais,
como o linho, garantem o conforto.
Cozinha e
Lavanderia. O ambiente de Adriana Consulin se destaca por transmitir a sensação
de espaço externo. A cozinha traz uma bancada grande e solta e cores ousadas -
como o amarelo e vermelho. As superfícies rústicas estão em equilíbrio com as
texturas vitrificadas e com brilho.
Sala de Jantar. Os motivos gráficos e as cores do
projeto de Aparecida Covolan são inspirados na famosa estampa zigzag da
Missoni, ícone da moda contemporânea e também da decoração. O projeto foi
concebido em simetria com um elemento central, criado pela arquiteta, em laca
preta e verde, que faz uma releitura da estampa Missoni. Em primeiro plano, vem
o pendente Dear Ingo, da Moooi.
Quarto
dos Hóspedes. O azul Tiffany vem para tranquilizar e marcar os detalhes no
projeto de Mariana Oliva, combinado com o marrom e o dourado. As peças de
iluminação são de designers renomados, como Wagner Archella.
Sala
Íntima. Beto Gallo transformou um lugar de passagem em sala íntima para
descanso e lazer. As paredes recebem revestimentos ecológicos de grande apelo
visual e o piso cerâmico imita madeira. A mesa tem base de cavaletes de bambu e
a estante compacta reserva espaço para adega e vinhos.
Quarto da
Filha. Uma garota de 18 anos, estudante de moda e apaixonada por criação foi a
referência de Patrícia Forte e Vanessa Proença, que apostaram na paleta de
cores jovial e em peças conceituais, como a cama no alto da escada. Foi
aproveitando o pé-direito alto que os 26 m² se multiplicaram e garantiram as
funções de dormitório, expositor de roupas, bancada de estudo e armários.
SPA e
Fitness. Fabiano Hayasaki e Tania Hayasaki investiram em um design inovador
para o espaço, revestido com telas metálicas douradas e com móveis em tela de
aço dourado. O conceito vem para enaltecer o futebol e a carreira do jogador
Marcelo Bordon, homenageado no projeto.
Sala de
Imprensa. Angela Tasca concebeu um ambiente de 43,70 m² que preserva ao máximo
a arquitetura existente, mas com a modernidade presente nos tecidos das
poltronas, no mix de madeira trabalhada e artigos de decoração. Entre as cores
adotadas, o verde merece destaque, servindo como referência para o restante da
paleta de cores.
Espaço
dos Aromas. Os aromas naturais dominam o ambiente assinado por Cecilia Ramirez,
que também trouxe o verde e o lilás das flores para a cena. Cores suaves
dominam os papéis de parede xadrez e listrado, além dos muitos vidrinhos de
essências expostos no móvel sinuoso que abraça o espaço e confere movimento.
Espaço
Festa Parque D. Pedrocaranda. Adriana Bellão seguiu uma linha intimista ao produzir
um cenário para festas, eventos e coquetéis. O ambiente é inspirado em casas
noturnas, com suas cores escuras e efeitos de iluminação automatizados. A
entrada é um pequeno hall e em seguida surge um living amplo, com vários pufes,
balcão e pista de dança. O mobiliário traz linhas retas e revestimentos
modernos, que contrastam com duas poltronas Luiz XV laqueadas de preto.
Loft
Design. Com um traço clean, Juliana Le Grazie contemplou grandes aberturas e a
comunicação da área interna com a área externa no espaço, cujo diferencial está
no steel frame - um tipo de construção seca, rápida, leve, sustentável e
tecnológica. A arquitetura também se destaca pelo uso de materiais naturais,
como tecidos e fibras, humanizando e aquecendo a fachada.
Capela.
Herbert Carvente Faustino e Maxwell Geraldi pesquisaram a capela existente no
antigo endereço da Cúria Metropolitana de Campinas, onde se realiza o evento, e
incorporaram alguns elementos no atual projeto. Do altar destruído da capela do
Hospital Casa de Saúde, os arquitetos tiraram o mármore para fazer o novo
altar. O painel bizantino foi pintado pelo artista plástico Fernando dos Anjos
e vem acompanhado de peças tradicionais, como os bancos de madeira, o lustre de
cristal e as cortinas de veludo.
Banheiro
dos Restaurantes. Martha Fonseca, Renata Goes e Giovana Goes desenvolveram o
ambiente como a continuação da Temakeria, dialogando com algumas cores e ideias
do espaço. Entraram em cena as telas metálicas no forro e os adesivos com
temática de desenhos, bem como as cores vermelha e cinza. O mesmo padrão do
papel de parede é seguido nos pufes, deixando o ambiente mais exclusivo.
Temakeria.
Daniel Ghilardi tinha em mente um lounge ao projetar o espaço, que mescla o
mobiliário convencional, todo em madeira, com móveis de fibra artificial,
almofadas coloridas e outros objetos de decoração. O traço simples é
característica oriental, assim como a paleta de cores mais contida, formada
basicamente de cinza e vermelho.
Restaurante.
Em 55 m², Daniele Guardini e Adriano Stancati tinham em mente a natureza e o
outono, em um projeto cuja principal intenção é a serenidade. O piso de
ladrilho hidráulico foi preservado e norteou a escolha dos tons utilizados. A
parede e o pórtico de tela tensionada iluminada preenchem o restaurante, de
maneira que a luz se espalha pelo espaço de maneira inusitada e agradável. As
paredes foram revestidas com plaquetas de tijolo e os balcões são de quartzo
tecnológico. No mobiliário, é a vez dos materiais naturais ou reaproveitados,
como madeira, tecidos de algodão, linho, couro e ferro fundido.
Wine Bar.
A proposta de Sonia Stecca e Mayara Stecca segue de perto o conceito de
sustentabilidade em materiais naturais e reciclados, como fibras, tecidos e
madeira de demolição. As garrafas são expostas de formas variadas, sempre
valorizadas pela iluminação embutida nos móveis. Outro ponto alto são os
painéis que trazem a temática em imagens preto e branco.
Pavilhão Slow Design - Num cubo de vidro de 25m2, o visitante é convidado a atravessar uma passarela de concreto ladeada por espelhos d'água. Tudo ao som de um piano minimalista. Parte desse clima surpreendente é devido aos painéis de MDF recortado, que ficam colados na face interna dos vidros: com a incidência de luz, os desenhos geométricos formam um lindo efeito rendado sobre as superfícies."Quis mostrar que o cotidiano pode ser diferente", conta o arquiteto Otto Felix, autor do projeto.
Loja e
Lounge de Saída. Fabio Antonio Colussi revisita os anos 50 neste ambiente de 40
m², utilizando móveis originais da época. Para ressaltar o design e as cores, o
pano de fundo vem discreto, nos tons de concreto. Luminárias de LED atuam na
exposição dos produtos da loja, enquanto os quadros de neon realçam as obras de
arte.
Fonte: Casa Cor Campinas, site dos designers e arquitetos, revista Casa Cláudia.
Fonte: Casa Cor Campinas, site dos designers e arquitetos, revista Casa Cláudia.
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