segunda-feira, 16 de abril de 2012

Detalhes nem tão pequenos assim...

DETALHES NEM TÃO PEQUENOS...


























EXPOSIÇÃO REÚNE PEÇAS PREMIADAS

DO DESIGN BRASILEIRO

A 4ª edição do IDEA/Brasil reuniu, em agosto do ano passado, objetos e fotos de produtos criados por alguns dos melhores profissionais do design nacional. Tinha de tudo: de carros a peças de decoração e eletrodomésticos que fazem parte do dia a dia. No total, foram expostos 88 produtos premiados na quarta edição do IDEA/Brasil, o mais importante concurso de design do País.

Divulgação

Carro conceito foi feito com a ajuda de internautas: ouro no Brasil e bronze nos EUA.
Banco People. Projeto do Maranhão, assinado por João Raposo, foi campeão na categoria Casa

"Eles foram selecionados entre os 400 inscritos deste ano", conta Joice Joppert Leal, organizadora do evento. Entre as categorias estão Casa, Comerciais & Industriais, Transporte e Escritórios.
A premiação nacional é um braço do evento mãe, o International Design Excellence Award (IDEA), que existe nos Estados Unidos desde 1980. Uma década depois, o evento ganhou prestígio internacional e hoje reúne profissionais de todo o mundo. O Brasil, porém, foi o único país escolhido até agora para receber parte do evento. E os selecionados na premiação nacional também concorrem lá.

Os inscritos concorrem aos prêmios ouro, prata e bronze de cada categoria. Da edição brasileira, saíram 20 ouros. Entre eles está uma mesa projetada no Maranhão que dá a impressão de poder sair andando sozinha a qualquer momento. Isso porque o designer João Raposo, sócio do escritório Quadrante, substituiu os tradicionais pés por um conjunto de pernas esculpidas. É uma das peças lúdicas do concurso.

A Fiat foi campeã na categoria Design de Estratégia, com o Mio. Trata-se de um carro conceito, criado a partir de ideias mandadas por mais de 2,6 milhões de internautas, de mais de 160 países. É o primeiro carro criado com a participação de eventuais usuários, que deram sugestões do que seria um carro ideal para o futuro. O Mio ainda ganhou bronze na disputa internacional nos Estados Unidos.
Outro vencedor foi o Bar Número, nos Jardins. O projeto, assinado por Isay Weinfeld, levou bronze na categoria ambiente. Ao todo, dez brasileiros se deram bem lá fora. Mas nenhum trouxe para a casa o ouro.

O IDEA funciona como uma espécie de selo de qualidade mundial. Apesar de não ter prêmio em dinheiro, ele dá exposição na mídia e, consequentemente, favorece novos negócios e parcerias aos designers.

"Inscrevi meu projeto, porque preciso viabilizá-lo comercialmente", diz João Marcos Della Rosa, de 48 anos, de Blumenau. Ele ganhou ouro no Brasil com o projeto de um tecido de algodão que pode ser usado como adesivo na parede. "É o primeiro modelo em algodão feito com estampa digital", diz.

Há também uma categoria Estudante. Nela, o campeão foi William Yoshio Kimura, de 27 anos, que inscreveu seu projeto de conclusão de curso na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Kimura deu nova cara a um equipamento comum em escritórios - o bebedouro de água com garrafão azul de plástico. "Ele foi parar na parte inferior do bebedouro para facilitar a recarga", explica. "A água é bombeada com um compressor para cima. E a torneira é regulável. Queria facilitar o acesso a portadores de deficiência."


CONFIRA OS VENCEDORES
Casa: João Raposo, Ana Lúcia Orlovitz, Júlio Bertola, Olavo Machado Neto, Oswaldo Mellone
Comerciais e Industriais: Felipe Garcia
Ambientes e Design de Serviços: Ana Couto
Design de Estratégia: Crama Design Estratégico, Thiago Colares, Future Brand BC&H e Fiat
Estudante: Matheus de Luca Moreira Pinto e William Yoshio Kimura
Escritórios e Informática: Dari Beck
Transporte e Pesquisa: Fiat
Têxtil: João Marcos Rosa
BAR NÚMERO. O projeto de Isay Weinfeld: ouro no Brasil e bronze nos EUA.














Fonte: Valéria França/O Estado de S.Paulo - Agosto/2011

O QUE É BELO?


Esse é um conceito difícil de definir porque cada um tem o seu. O mais apropriado talvez seja a definição do filósofo suíço radicado em Londres, Alain de Botton. Em seu livro A Arquitetura da Felicidade, Botton diz que somos levados a chamar alguma coisa de bela sempre que detectamos nela aquelas qualidades nas quais nós pessoalmente, ou nossas sociedades de uma forma mais geral, somos deficientes. "Respeitamos um estilo capaz de nos afastar daquilo de desejamos: um estilo que tenha a dose certa das virtudes que nós não temos."
Assim, parece sensato supor que as pessoas possuem algumas das características das construções pelas quais se sentem atraídas. Este blog pretende mostrar não apenas o que há de novo ou novíssimo no mundo do design e da arquitetura, como também o "velho" (revisitado ou não), o contemporâneo, o clássico, enfim, tudo aquilo que não sai de moda. Por exemplo, o charme de uma casa de fazenda antiga, uma casa nas montanhas, plantada no meio do mato e aberta ao verde, a sensação de ver paredes de pedras irregulares cinzeladas, montadas com argamassa leve. O jogo de luzes tépidas e harmoniosas refletido em ladrilhos decorados a mão ou revestimentos industriais modernos.

FOTO: Philip Johnson, The Glass House, New Canaan, Connecticut, 1949.