segunda-feira, 28 de maio de 2012

PÉRGOLAS COM FRESCURA
A sombra é convidativa. Conforme os raios de sol vazam entre as ripas da estrutura, novos desenhos formam-se no chão. De lambuja, do teto pendem folhas e flores, uma cortina vegetal que só se pode desfrutar sob uma pérgola. A seguir, sete modelos
Fotos Pedro Abude
Caminho ramificado Inspirada nas paisagens do sul da França, a paisagista Luciana Moraes investiu em quatro pérgolas de ferro galvanizado – acabamento que protege o material dos efeitos do tempo – dispostas em cruz. Nos pilares de sustentação de cada estrutura de 2,40 x 2,60 x 8 m, foram plantadas glicínias. “Diferentemente das outras trepadeiras, a espécie invernal tem caule grosso, e, por esse motivo, é bem mais resistente”, explica. Demorou quatro anos para a vegetação tomar conta de toda a cobertura. Sob o pergolado, o caminho rústico de mosaico português e de lajotas antigas foi ladeado por agapantos que florescem no início do verão. O projeto foi desenvolvido em parceria com o arquiteto Leonardo Junqueira
Fotos Pedro Abude
Encoberta nas laterais
Com a função de acomodar o orquidário e o viveiro de plantas, o pergolado de ipê rústico, 4,30 x 9,60 x 2,60 m, é sustentado por duas vigas de pedra. A estrutura desenhada pelo paisagista Luciano Fiaschi quase desaparece em meio à camuflagem estratégica da primavera, plantada em uma das laterais da pérgola. O modelo de ripas de madeira permite aos vasos ficar pendurados sem a necessidade de furos, além de proporcionar maior incidência de luz natural no interior. Margeando o espelho-d’água, a congeia – outra trepadeira – faz as vezes de arbusto, com o seu maciço cor-de-rosa.

Fotos Pedro Abude
 Base vigorosa
Para seguir o mesmo estilo provençal adotado no jardim, o paisagista Gilberto Elkis abusou de materiais naturais na construção do poderoso pergolado de 5 x 2,50 x 15 m. O abrigo, sustentado por oito pilares de alvenaria revestidos de pedras bolão, tem cobertura de madeira cumaru envernizada, que logo será totalmente forrada pela primavera. Cultivado a pleno sol, o arbusto pode ser facilmente conduzido como trepadeira, por meio de fios de náilon ou arame. Móveis de ferro e piso de pedriscos alternado por tijolos complementam a decoração rústica.

Fotos Pedro Abude
 Caramanchão na passagem Leve e resistente, o pergolado de alumínio, 0,50 x 2,20 x 2 m, é um dos modelos que exigem menos manutenção com o passar dos anos: só precisa de uma pintura eletrostática para ficar exposto às mudanças climáticas. No jardim, a estrutura coberta por flor--de-são-miguel aparece repetidamente ao longo de toda a passagem. E repare: o paisagista Gilberto Elkis conseguiu esconder as raízes da trepadeira entre os volumes de buxinho e minirrosa.
Fotos Pedro Abude
Extensão principal Ligação entre a sala de estar e a varanda, a pérgola de ferro pintada de verde, de 3,50 x 2,50 x 7,70 m, protege a entrada principal da casa. Durante os dias de chuva, placas transparentes de policarbonato criam um abrigo seguro e iluminado para as visitas. O paisagista Leo Laniado escolheu a ipomeia-rubra para escalar a estrutura, que recebeu verniz náutico. A trepadeira perene, de fácil manejo, levou seis meses para formar uma sombra agradável na região. No entorno, moreia, papiro e orquídea-bambu.
Fotos Pedro Abude
Com direito a cortina Graças à proteção do extenso pergolado de cumaru, de 5,40 x 3,20 x 17,2 m, o canto de relaxamento dos moradores pode incluir mesa para refeições ao ar livre e até rede. “O segredo da sombra fresca durante todo o dia está no teto, protegido por uma camada de laminado temperado resistente a chuva e outra de bambu”, explica a paisagista Luciana Moraes, que assina o projeto com o arquiteto Leonardo Junqueira. Entre as tábuas de madeira, distantes 56 cm uma da outra, há outro alívio instantâneo para o calor: a trepadeira-jade, conduzida por fios de aço nos pilares de madeira, à dir. De inflorescência pendente, a espécie precisou de três anos para encobrir toda a área. Podas trimestrais garantem o lindo efeito esverdeado, a partir da primavera.        

Fotos Pedro Abude
 Bambu aéreo A pérgola suspensa, projetada pelo paisagista João Fausto, livra o terraço de pilares, que acabariam comprometendo a circulação da área. A estrutura flexível de bambu-mossô, de 2,40 x 4 m, executada pela Kanela Decorações é sustentada, na parte superior, por dois cabos de aço e chumbada na parede com tubos de ferro escondidos no interior do material. “A medida é essencial para a segurança dos moradores. Se o pergolado não for fixado corretamente, ele pode cair com a ação do vento”, explica Fausto. Dos dois vasos de cimento aramado, nas laterais, saem exemplares de maracujá-de-flor-vermelha, que devem formar uma barreira natural ao sol daqui a alguns meses.

O que saber antes de comprar
Ferro, madeira e bambu são os materiais mais usados em pergolados. A escolha do acabamento pode ser baseada no estilo do projeto. O ferro dá um visual mais sofisticado e precisa de menos cuidado com o passar tempo: a cada 10 anos pintura que o torne resistente aos efeitos do sol e da chuva. Contudo, a durabilidade tem o seu preço. Na serralheria Ferro & Fogo, por exemplo, um modelo de 3 x 3 x 3 m varia de R$ 4 mil a R$ 20 mil, de acordo com o tipo de ferro, espessura e desenho. O alumínio custa o dobro do ferro, com a vantagem de exigir menos cuidados e não enferrujar.

A madeira permite acabamentos variados. O efeito rústico pode ser obtido com a tora de eucalipto autoclavado – processo que evita o aparecimento de cupins – ou com a madeira de demolição. Um alerta: quando mal encaixado, o material pode empenar. Certifique-se de que a empresa contratada calculou corretamente as medidas e a madeira necessária para a obra. E, a cada seis meses, aplique um verniz próprio para áreas externas. Na Cobrire, uma pérgola de 3 x 3 x 3 m de eucalipto sai a partir de R$ 1.600.

Ecológico e leve, o bambu é indicado para modelos suspensos – de preferência, por cabos de aço. O revestimento não precisa de manutenção constante e, por ser oco, pode ser transportado com facilidade.

Na medida 3 x 3 x 3 m, sai a partir de R$ 3.800 na Kanela Bambu. Qualquer que seja o material de sua escolha, lembre-se de chumbar a estrutura no piso ou na parede.

Fonte: Casa & Jardim

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DO LIXO AO LUXO: O QUE É POSSÍVEL NAS MÃOS DE UM DESIGNER DE INTERIORES

Nós, designers de interiores, não fazemos milagre, mas, muitas vezes, chegamos quase lá. No caso de mostras de decoração, a transformação pela qual passa um ambiente depois da intervenção de um designer – ou vários - é tão grande, mas tão grande, que quando vemos as fotos do “antes” e do “depois” é difícil acreditar que a beleza e o luxo um dia foram feiura, sujeira e lixo. É como se Deus desse uma mãozinha e aquele ambiente ficasse na medida exata da felicidade que cada um busca encontrar na vida. Não é exagero, não!
É claro que não são apenas designers os responsáveis pela transformação. Também contam – e muito - engenheiros, arquitetos, restauradores, paisagistas, agrônomos. E não podemos esquecer daquelas pessoas “invisíveis”, que fazem tudo acontecer: pedreiros, carpinteiros, marceneiros, jardineiros, eletricistas, encanadores e por aí vai.
Veja aqui três exemplos de Antes e Depois selecionados na Campinas Decor 2012, a maior mostra de decoração e designer de interiores do interior de São Paulo.

O primeiro deles é o Spa e Banheiro Masculino, que foi totalmente modificado pela arquiteta e urbanista Luciana Carvalho e pela designer de interiores Patrícia Fernandes. 

SPA E BANHEIRO MASCULINO - ANTES

 

 

SPA E BANHEIRO MASCULINO - DEPOIS








O segundo ambiente que eu selecionei foi a Sala da Lareira, que foi mofificado pela arquiteta e designer de interiores Patrícia Forte e pela designer de interiores Vanessa Proença.

SALA DA LAREIRA - ANTES
 





SALA DA LAREIRA - DEPOIS
 






No caso da Sala da Lareira, as profissionais se pautaram em quatro pontos básicos:
  1. Integração de um ambiente contemporâneo com uma edificação antiga (elas mantiveram parte do telhado original aparente);
  2. Fuga do convencionalismo: em vez de uma lareira fixa à parede, optaram por várias lareiras móveis espalhadas pelo ambiente e, ao mesmo tempo, interagindo com ele e seus usuários;
  3.  Criação de dois ambientes: um mais masculino e outro mais feminino, para melhor integração dos membros da família;
  4. Conforto térmico: como o frio não é um dos pontos fortes do Brasil, a necessidade de lareiras é pontual e a opção pelo uso de lareiras móveis (versáteis, portanto) se dá justamente por isso. Assim, seu uso é  otimizado durante um maior período no ano.O manuseio é fácil e não precisa instalação (funciona com álcool).

O terceiro ambiente é o Café Decor, assinado pela arquiteta e urbanista Mariana Oliveira e pela arquiteta e designer de interiores Mariana Adão. Mofo e infiltração foram só um pedacinho dos muitos problemas que as duas tiveram que resolver - e o fizeram muito bem. As fotos do "antes" revelam um ambiente desolador, abandonado. Com o projeto das profissionais, o que era uma marquise tomada por mato transformou-se num espetáculo para os olhos. Delícia tomar café e descançar nos macios sofás que a dupla escolheu, emoldurado por uma grande tela da artista plástica Maria Isabel Santos. Note que o mesmo tema da tela se repete nas almofadas. O paisagismo é de Claudia Casella. Ponto para essas meninas de valor.

    CAFÉ DECOR - ANTES





    CAFÉ DECOR - DEPOIS






Fonte das fotos: profissionais dos ambientes e acervo pessoal desta designer.